"Há em todas as coisas vivas uma dose de loucura que as leva a ter atitudes estranhas, por vezes inexplicáveis. Essa loucura pode ser uma forma de proteção; é parte integrante da capacidade de adaptação. Sem ela, nenhuma espécie sobreviveria.".
Estava lendo "As aventuras de Pi" de Yann Martel e me deparei com isso. O que me instigou foi encarar as atitudes estranhas e inexplicáveis como uma forma de "proteção". De fato, em diversas situações nos portamos de forma inexplicável, para, em seguida, nos perguntarmos "por que fiz isso?".
Observar o comportamento dos outros e, principalmente, nosso, pode render lições valiosas. Na realidade toda ação possui uma razão de ser, nem sempre evidente. Por exemplo, tenho o péssimo hábito de prolongar discussões, mesmo que a solução tenha sido apresentada. É algo completamente irracional. Ao observar a razão de tal ato, percebi que, quando me coloco em uma situação de conflito, entro no modo "perco ou ganho", não há meio termo, preciso estar certo, mesmo estando errado. Minha atitude visa "proteger" meu ego e impedir que eu "saia por baixo".
Em minha irracionalidade acredito que concordar, abrir mão ou admitir que estou errado seria uma "derrota". Somente hoje comecei a perceber que posso ganhar estando errado, desde que esteja disposto a admitir o erro.
Certas atitudes "estranhas e inexplicáveis" podem, sim, servir de "proteção". A questão é: zelamos por nós, por nossa sobrevivência e bem-estar, ou por nosso ego, por nossa "zona de conforto"?
Da feita que deixarmos isso claro a nós mesmos podemos alcançar, de fato, uma vida melhor.
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