A vida que merecemos

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Desculpem o desabafo...

            A postagem de hoje será um pouco diferente. Será mais pessoal e, espero, terapêutica. Uma vez, um sábio compositor disse "a tristeza é senhora...". Somente agora, aos trinta e oito anos, compreendo a expressão fora do campo teórico. 
              Existe uma tristeza que toma conta de você. Uma vontade constante de chorar, por mais que você acredite que seja fraqueza, a vontade é mais forte e você, sozinho, quando ninguém está olhando, chora.
              Infinitas circunstâncias podem gerar tal sentimento. Rejeição, fracasso, amores, insegurança, saudade, mudanças drásticas... 
          Considero-me um afortunado. Tive - e tenho - uma ótima família, uma excelente educação, reconhecimento profissional, amei e fui amado. Este ano tomei algumas decisões que mudaram drasticamente minha vida. Pedi demissão de um dos colégios em que trabalhava. Eu amava trabalhar lá... Ao longo de quase dez anos me identifiquei com cada aluno. Sempre vi um pouco de mim em cada um e isso fez com que eu gostasse ainda mais deles.
           Infelizmente, motivos alheios à minha vontade, principalmente de cunho burocrático, forçaram uma tomada de decisão. Saí e montei um curso. E isso, talvez, explique parte desta tristeza. Há um componente imenso de saudade, mas não é só isso. Pela primeira vez na vida estou receoso. Pensamentos do tipo "e se não der certo?" tomam conta de minha mente. Não estou acostumado a sentir insegurança, de certa forma, é novidade para mim.
          Mas, ao refletir sobre tudo isso, percebi que a causa da tristeza ia além. Sempre me orgulhei de ser extremamente independente, em todos os aspectos, principalmente no emocional. Mas não ter alguém com quem dividir suas inseguranças, tristezas, derrotas, alegrias e vitórias faz com que algo sangre dentro de você. 
             Acho que a ideia é bem simples. Não nos bastamos. Em algum momento precisaremos de alguém para nos emprestar o ombro, ouvir sem julgar, rir, chorar ou, simplesmente, ficar junto sem falar nada em um doce silêncio não constrangedor. Tais pessoas são raras, alguns morrem sem achar alguém assim. Aos afortunados que acharam: cuidem! cultivem! mantenham! A vida é difícil demais para que tenhamos que carregar o fardo sozinhos...
       
P.S. Não fiz revisão, achei honesto publicar da forma que escrevi, de um fôlego só, sem pensar demais. Portanto, perdoem eventuais erros.

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