Tudo que sentimos, do amor ao ódio, do prazer à dor, ocorre em nosso cérebro. Por mais que queiramos enxergar um "sentido superior", algo que transcenda a banalidade da existência material, a verdade é que reações químicas ocorrem em nosso cérebro que, por sua vez, ordena que certas glândulas entrem em uma espécie de frenesi hormonal, retro-alimentando a química cerebral gerando o "sentimento".
Não concorda? Sem problemas, isso não muda o fato de ser verdade. Cientistas começam a entender o funcionamento desse complexo sistema e, de forma hesitante, simulam tais sensações. Posto isto, cabe aqui uma pequena reflexão.
Por mais que nossos sentimentos sejam completamente fisiológicos, as interpretações que damos a eles não o são. Utilizamos nosso arcabouço cultural, nossas experiências, para atribuir sentido ao que sentimos. O que importa se são apenas interpretações pessoais, desprovidas de uma "verdade transcendente"? Por que a necessidade de um sentido universal, que independa de nossa vontade?
Na verdade, esta forma de ver a realidade é libertadora. Para que se culpar pela forma que você ama? Não existe uma forma única. O fenômeno químico é o mesmo, mas o sentido é dado por nós, por tudo aquilo que aprendemos e vivemos. Não se culpe por não amar da mesma forma que é amado(a), você sente da forma que aprendeu a sentir. Não se culpe por "sentir demais" ou "de menos", isso não existe! Você sente de uma forma única, tão válida quanto qualquer outra.
A célebre frase "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" é uma falácia! Você não pode ser responsabilizado(a) porque outra pessoa interpretou as reações eletroquímicas cerebrais de forma diferente da sua; assim como não é justo cobrar que a outra pessoa interprete da mesma forma que você. Vocês são diferentes! Está mais do que na hora de começarmos a assumir a responsabilidade por aquilo que sentimos...
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