A vida que merecemos

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

O não tão estranho caso de Dr. Jekyll e Sr. Hyde

     Que tipo de monstro vive em você? Que nome você dá para aquilo que rasteja logo abaixo do consciente? Aquilo que lhe envergonha, que deseja esquecer que pensou mesmo antes de pensar? Conheça seus monstros! Conviva com eles! Aprenda com eles! Fugir e fingir que eles não existem apenas os fortalecem!
     Todos temos "pedaços" que gostaríamos de não ter. Na ânsia de corresponder à imagem idealizada de ser humano que construímos ao longo da vida, negamos o óbvio e fingimos que somos melhores do que somos. Conheça e abrace o que há de pior em você! Flerte com aquilo que há de mais podre em seu interior! Seduza o seu pior lado, liberte o seu "Hyde" e horrorize seu "Jekyll"! Assim que estiver íntimo de seus demônios, aceite-os como seus melhores amigos. Não lute, mas não se entregue. Conviva, mas não ceda o controle. Conheça para poder controlar.
     É inocência acharmos que o simples esforço para ser melhor é suficiente para ser de fato. Aceite que não é perfeito(a) e grite um imenso "DANE-SE!". Com o tempo seus demônios continuarão aí, mas inócuos, sem poder, pois a força deles vem de nossas derrotas, dos momentos em que sucumbimos ao monstro e sofremos por isso. Ao aceitar o pior de nós, o melhor poderá florecer. Encontre alguém com quem você poderá dividir o que há de pior em você! Viver com a melhor parte de alguém é fácil. Mas viver com alguém que aceita e entende o que há de pior em você, ah... isso é amor.   

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas #SQN!


        Tudo que sentimos, do amor ao ódio, do prazer à dor, ocorre em nosso cérebro. Por mais que queiramos enxergar um "sentido superior", algo que transcenda a banalidade da existência material, a verdade é que reações químicas ocorrem em nosso cérebro que, por sua vez, ordena que certas glândulas entrem em uma espécie de frenesi hormonal, retro-alimentando a química cerebral gerando o "sentimento".
          Não concorda? Sem problemas, isso não muda o fato de ser verdade. Cientistas começam a entender o funcionamento desse complexo sistema e, de forma hesitante, simulam tais sensações. Posto isto, cabe aqui uma pequena reflexão.
         Por mais que nossos sentimentos sejam completamente fisiológicos, as interpretações que damos a eles não o são. Utilizamos nosso arcabouço cultural, nossas experiências, para atribuir sentido ao que sentimos. O que importa se são apenas interpretações pessoais, desprovidas de uma "verdade transcendente"? Por que a necessidade de um sentido universal, que independa de nossa vontade?
        Na verdade, esta forma de ver a realidade é libertadora. Para que se culpar pela forma que você ama? Não existe uma forma única. O fenômeno químico é o mesmo, mas o sentido é dado por nós, por tudo aquilo que aprendemos e vivemos. Não se culpe por não amar da mesma forma que é amado(a), você sente da forma que aprendeu a sentir. Não se culpe por "sentir demais" ou "de menos", isso não existe! Você sente de uma forma única, tão válida quanto qualquer outra.
        A célebre frase "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" é uma falácia! Você não pode ser responsabilizado(a) porque outra pessoa interpretou as reações eletroquímicas cerebrais de forma diferente da sua; assim como não é justo cobrar que a outra pessoa interprete da mesma forma que você. Vocês são diferentes! Está mais do que na hora de começarmos a assumir a responsabilidade por aquilo que sentimos...