Odeio perder tempo. A vida é
curta demais para que possamos nos dar ao luxo de perder um minuto que seja.
Não estou sozinho nessa, na verdade, estou muito bem acompanhado. Sêneca,
filósofo de nascido em Córdoba durante a dominação romana, concorda e teceu
alguns comentários sobre o desperdício de tempo.
“ certos
momentos nos são tomados, outros nos são furtados e outros ainda se perdem no
vento. Mas a coisa mais lamentável é perder tempo por negligência. Se pensares
bem, passamos grande parte da vida agindo mal, a maior parte sem fazer nada, ou
fazendo algo diferente do que se deveria fazer.”
Teimamos em fazer coisas que não precisamos, ou, o que é pior, em fazer
absolutamente nada. Não otimizamos o uso de nosso tempo. Caso se pergunte como
seu dia é dividido, provavelmente, não saberá especificar o quanto as horas,
fora as do trabalho e as dormidas foram, de fato, bem utilizadas. Organize-se,
distribua seus horários, use uma agenda, siga um cronograma.
“Podes me indicar alguém que dê valor ao seu
tempo, valorize o seu dia, entenda que se morre diariamente? Nisso, pois,
falhamos: pensamos que a morte é coisa do futuro, mas parte dela já é coisa do
passado. Qualquer tempo que já passou pertence à morte.”
Caso pensemos um pouco na iminência
da morte, podemos colocar as coisas em perspectiva. Morre-se um pouco a cada
instante e cada segundo perdido não pode ser recuperado. Será que vale a pena
adiar aquele projeto? O famoso “começo na segunda”? Faça agora, maximize seu
tempo. Quanto antes você alcançar um objetivo, mais tempo você terá para
aproveitar os resultados desse sucesso.
“[...] aproveita todas as horas; serás menos
dependente do amanhã se te lançares ao presente. Enquanto adiamos a vida se
vai. Todas as coisas nos são alheias; só o tempo é nosso. A natureza deu-nos
posse de uma única coisa fugaz e escorregadia, da qual qualquer um que queira
pode nos privar. E é tanta a estupidez dos mortais que, por coisas
insignificantes e desprezíveis, as quais certamente se podem recuperar,
concordam em contrair dívidas de bom grado, mas ninguém pensa que alguém lhe
deva algo ao tomar o seu tempo, quando, na verdade ele é único, e mesmo aquele
que reconhece que o recebeu não pode devolver esse tempo de quem o tirou.”
Temos o “complexo do peru de Natal”, morremos na véspera.
Sofremos por antecipação. Preocupamo-nos tanto com o amanhã que deixamos de
viver o hoje. Não confunda, viver o hoje não significa deixar de planejar o
amanhã. O bom planejamento do futuro é a garantia de um presente constantemente
agradável.
Perdemos o sono por coisas pequenas, que podem ser
resolvidas com um mínimo de esforço, mas não nos preocupamos com aquilo que nos
faz perder o que não pode ser recuperado: tempo.
Utilize o tempo a seu favor, não seja um escravo dele. Viva
o presente, planejando o futuro. Aproveite aquilo que importa de fato.
Existem dois tipos de problemas com os quais perdemos tempo:
os solucionáveis e os insolucionáveis. Os primeiros não devem nos preocupar,
pois podem ser resolvidos, e os segundos devem ser esquecidos, pois se não há
solução não devem nos ocupar.